Novos
atores e novos papéis
“Educação
a distância é o aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar
diferente do local de ensino, exigindo técnicas especiais de criação do curso e
de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições
organizacionais e administrativas especiais” (Moore e Kearsley, 2007).
Pensar em
Educação a Distância (EAD), no contexto contemporâneo, exige uma reflexão mais
ampla sobre o conceito de educação, tecnologia, ensino e aprendizagem. A EAD,
nos últimos anos entra na discussão do cenário da educação brasileira como um
novo caminho/possibilidade de educação. No entanto, vale destacar que a
Educação só se realiza quando um processo de utilização das tecnologias garante
uma verdadeira comunicação bilateral nitidamente educativa. Isso significa
dizer que uma proposta de educação a distância exige, acima de tudo, um
atendimento pedagógico que promova essencialmente a relação professor-aluno,
por meios e estratégias institucionalmente garantidos.
(Extraído
do Site: Universidade Federal da Bahia .
Curso: Curso Moodle para professores - 2007)
Nos
cursos a distância a comunicacão é um elemento essencial, pois, é por meio da
interação e da comunicação que os processo de ensino-apredizagem se
estabelecem. Sendo assim, com o avanço da tecnologia, podemos também perceber a
utilização de diferentes meios de comunicação na EAD que, em um primeiro
momento, fez uso do correio postal, rádio, telefone e televisão, e, mais
recentemente, conta com a excelente contribuição da internet.
Vale
portanto destacar que a internet possibilitou um avanço expressivo da EAD. A
expansão da educação a distância tem contribuído para a disseminação de novas
formas de ensino-aprendizagem mediada pelo uso das tecnologias, assim como, tem
possibilitado o acesso à formação inicial e/ou continuada a pessoas que não
viam no ensino presencial a possibilidade de adequação às suas necessidades
educacionais, profissionais e pessoas. Mas que enxergam na EAD uma forma de
superar as limitações do presencial.
Conceituando
a EAD
O termo
Educação a Distância, pode ser entendido como uma modalidade que apresenta um
conceito de sala de aula ampliado, com associação de espaço/tempo que
ultrapassa a idéia de espaço físico e tempo determinado. O sentido que o termo
assume na contemporaneidade enfatiza mais a questão da distância enquanto
“espaço” e se propõe que ela seja contornada com a presença das tecnologias da
informação e comunicação.
Essa
noção de tempo e espaço tem uma forte representação, e para tal, consideramos
que um curso a distância tem um endereço - tal como em uma escola/universidade
(nesse caso um endereço virtual), pode possuir uma senha de acesso - que
delimita um número de alunos, e tem previsão de início e término, ou seja, na
noção atemporal da rede, o curso a distância se localiza em um tempo e um
espaço.
No
entanto, no contexto da EAD, além da questão do tempo e do espaço, também é
preciso pensá-la como uma educação que se preocupe tanto com o conteúdo quanto
com a sua construção e socialização, de acordo com cada contexto, com atenção à
diversidade cultural e regional do grupo, e, principalmente com a formação
social dos sujeitos, dentro de um processo educativo que fomente a construção
do conhecimento com base na interação e na participação de todos (alunos e
professores).
Desta
forma, relacionamos a EAD na contemporaneidade a ambientes colaborativos, em
que a aprendizagem é orientada para o aluno, em vez de estar centrada no
professor. Segundo Dias (2001, p. 28), nesses ambientes “o processo de
construção do conhecimento compreende a interação entre pares, a avaliação e a
cooperação, salientando a mudança do foco na interação professor-aluno para as
relações entre os membros dos grupos”. Dessa forma, podemos ressaltar que no
contexto da EAD, a expectativa do aluno também é algo a ser considerado, uma
vez que, entra nesse contexto como já dito, a associação espontânea com os
pares, a participação significativa e a motivação apresentada.
A partir
dessa perspectiva, entendemos que a EAD, precisa ser pensada de forma a buscar
construir no aprendente posturas críticas e criativas, desenvolvendo uma
atitude investigativa e fundamentada na produção de conhecimento (Preti;
Arruda, 2004 apud Riccio, 2006, p. 32). Em outras palavras, podemos dizer que
no contexto da EAD existe uma "mudança" nos papéis presenciados na
educação: "o aluno deixa de ser um receptor passivo e torna-se responsável
por sua aprendizagem, com direito a trabalhar em ritmo individualizado sem perder,
no entanto, a possibilidade de interagir com seus pares e com seu
professor" (Oliveira, 2003, p. 34). E o professor deixa de ser "o
dono do saber e o controlador da aprendizagem, para ser um orientador que
estimula a curiosidade, o debate e a interação com os outros participantes do
processo" (p. 34)
Contexto
histórico
No contexto histórico a EAD apresentou diferentes
fases ou gerações.
Diversos
autores sugerem três outros quatro períodos como marcos referenciais para o
avanço da EAD, considerando a utilização da tecnologia no processo de mediação
pedagógica.
Ropoli et
al (2002) dividem a EAD em três fases ou gerações:
- A primeira fase da EAD é
vista como a geração textual (1890 a 1960), que caracterizou-se pelo
estudo por correspondência. Vale destacar que nessa
geraçãoa interatividade era escassa ou não existia entre as partes, pois,
era baseada numa atitude isolada de auto-aprendizagem apenas com o uso do
material impresso. Geralmente estava orientada em um guia de estudos com
exercícios escritos e tarefa a serem realizadas e enviadas pelos correios.
Nesta geração, a EAD tratava fundamentalmente de atingir uma parcela da população
que não tinha outra possibilidade de acesso à educação (por razões
geográficas,por falta de escolas próximas, entre outros).
- A segunda geração, conhecida
como geração analógica (1960 a 1980) teveinício com o surgimento das
Universidades Abertas; a primeira no Reino Unido em 1969.
Essa geração fundamentava-se em oferecer uma segunda oportunidade de
formação a uma grande parcela da população adulta, que não teve acesso à
educação quando em idade escolar. A grande contribuição dessa fase da EAD
é que o foco não era apenas o material impresso, mas no trabalho de forma
sistêmica, uma vez que combinava-se encontros presenciais, sessões
periódicas de tutor transmissão de material gravado através de rádio e de
televisão, assim como envio de videotapes. Além desses pontos, esta
geração estava respaldada por uma instituição pública que expedia a
titulação oficial. A utilização desse material pelas Universidades
Abertas, propiciou uma transição para uma nova fase na qual, em conjunto
com os materiais dos cursos transmitidos por TV ou enviados por formatos
de videotapes, acrescentou-se a interação por meio de telefone, satélite,
cabo.
- A partir da década de 1990
surge a terceira geração de cursos a distância, agora baseados no uso do
computador e da Internet que possibilita a comunicação de forma síncrona
ou assíncrona (chats, fóruns, listas de discussão e outros). Os trabalhos
desenvolvidos nessa geração, de certa forma, permitem a universalização do
aprendizado devido ao advento dos avanços tecnológicos. Vale ressaltar,
que estes avanços tecnológicos viabilizam um tipo de interação social
entre alunos e professores que supera a “distância social” bem como a
“distânciageográfica” e o "tempo".
- Atualmente, já entra em
discussão uma quarta geração de EAD,caracterizada pelo uso de banda larga
que possibilita estabelecer e manter interação dos participantes de uma
comunidade de aprendizagem com maior qualidade e rapidez.
A EAD no
Brasil
O
contexto da EAD no Brasil, tem seu marco inicial com a fundação da Rádio
Sociedade do Rio de Janeiro (posteriormente rádio do MEC) em 1923, por Roquete Pinto. Em sua programação transmitia
programas de literatura, de radiotelegrafia, de telefonia, de línguas,
literatura infantil e sobre outros assuntos de interesse comunitários, ou seja,
deu-se início a programas de EAD por rádio difusão.
Em 1936,
com o Instituto Rádio Técnico Monitor, começam a surgir programas direcionados
ao ramo da eletrônica. Posteriormente em 1941 foi fundado o Instituto Universal
Brasileiro (IUB), que tornou-se o maior difusor de cursos profissionalizantes,
assim como foi um dos pioneiros na EAD em nosso país, dedicado, especialmente,
a cursos de formaçãoradiotécnicos a distância.
No
decorrer do processo histórico da EAD no Brasil, podemos destacar, o início dos
anos 1960, com a Diocese de Natal (Rio Grande do Norte) que criou as escolas
radiofônicas, que deram origem ao Movimento de Educação de Base – MEB,
cuja “preocupação básica era alfabetizar e apoiar os primeiros passos da
Educação de milhares de jovens e adultos, principalmente da região Norte e
Nordeste do Brasil. O projeto foi desmantelado pela ação do governo pós 1964”
(NUNES, 1992).
Nos anos
70, o destaque esteve com o Projeto Minerva, vinculado
ao Ministério da Educação, Fundação Padre Anchieta e Fundação Padre Landell de
Moura (FEPAM), fundamentados na Lei nº 5.692 que enfatizava a educação de
adultos. O projeto Minerva era transmitido em rede nacional, por emissoras de
rádio e emissoras de televisão, e seu objetivo era preparar alunos para os
exames supletivos de Capacitação Ginasial e Madureza Ginasial. Este programa
foi implementando como uma solução a curto prazo aos problemas de
desenvolvimento econômico do país, já que visava preparar mão-de-obra para
fazer frente ao desenvolvimento e à competição internacional. No entanto, teve
severas críticas devido ao baixo índice de aprovação, cerca de 77% dos
inscritos não conseguiam obter o diploma.
Já em
1978, a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e a Fundação Roberto Marinho,
fundaram o Telecurso 2º Grau, no ar até os dias atuais, e
que utiliza programa de TV e material impresso vendidos nas bancas de jornais,
que prepara os alunos para o exame supletivo.
No ano de
1991, iniciou o Programa Um Salto para o Futuro, em parceria com
o governo Federal as Secretarias de Estaduais de Educação e a Fundação Roquete
Pinto, este foi um programa destinado à formação de professores.
A partir
de 1993, multiplicam-se congressos e seminários sobre EAD, atraindo um número
grande de pessoas, passando a ser assunto obrigatório na agenda dos educadores.
E em 1995, o Governo Federal, cria a Subsecretaria de Educação a Distância.
Nesse mesmo ano, marca também o lançamento da TV Escola, programa concebido
e coordenado pelo MEC, em âmbito nacional. O objetivo principal do programa é o
aperfeiçoamento e valorização dos professores da rede pública e a melhoria da
qualidade de ensino, por meio de um canal de televisão dedicado exclusivamente
à educação. O lançamento do programa foi lançado em caráter experimental, em 4
de setembro de 1995, operando definitivamente a partir de março de 1996.
É notório
que neste contexto histórico viveu-se a etapa do ensino por correspondência,
passou-se pela transmissão radiofônica, e posteriormente televisiva. Os
processos atuais na EAD fazem uso de novos meios tecnológicos: da telemática à
multimídia da internet à telefonia móvel.
No
Brasil, a educação a distância assumiu várias formas, mas a partir da década de
70 é que efetivamente ampliou-se a sua oferta com a teleducação. No final do
século, a partir do consenso de que um país com a dimensão e as características
do nosso teria que romper com as amarras do sistema convencional e tentar
buscar alternativas de garantir a educação inicial e continuada como direito de
todos, a EAD toma novo fôlego. Para tal, novos programas são concebidos, a
exemplo da Universidade Aberta do Brasil (UAB).
O grande
desafio do momento é garantir qualidade à EAD. Para tal, acreditamos que o
avanço das políticas públicas educacionais e as tecnologias de informação e
comunicação têm um papel fundamental.
A EAD no
contexto atual
No
contexto das discussões em torno da Educação a Distância a questão da
comunicação e da interação é entendida como aspecto fundamental para o sucesso
dessa modalidade de educação.
Nessa
perspectiva, surgem os ambientes virtuais de aprendizagens, com recursos
que potencializam a interatividade nos processos educativos. Vale ressaltar que
a utilização dos ambientes virtuais de aprendizagem por si só não garantem uma
modificação da lógica da "transferência de conhecimento", é
necessário que a proposta pedagógica definida para uso destes ambientes supere
esta lógica da transmissão-recepção; já que estes espaços possuem como
característica própria à interatividade, a possibilidade de interconexão entre
sujeitos das diversas parte do globo, a troca de informações e a construção de
trabalhos coletivos; eles fazem parte de um mundo sem fronteiras, com muitas
possibilidades abertas a serem exploradas.
No
contexto atual da EAD algumas mudanças são evidentes, porém, são mudanças que
vão desde a troca do suporte midiático (da apostila impressa para um site na
internet até propostas inovadoras que potencializam as possibilidades do ciberespaço, com a idéia de uma educação para
liberdade. Nesse sentido a EAD possui algumas especificidades, e, portanto,
necessita estar fundamentada em propostas que potencializem a interação, a
colaboração e a cooperação dos alunos entre si, não apenas com acesso a
informações e conteúdos, mas, sobretudo, com trocas, discussões,
compartilhamento de experiências fazendo parte do processo de aprendizagem.
Nesse
sentido, abordaremos as características de alguns modelos perceptíveis na
educação a distância, fundamentando-nos pela categorização dos modelos trazidos
por Ropoli et al (2002)
- O modelo instrucional - apresenta como base a
transmissão de informação e conteúdo, prevê pouca participação do
professor ou tutor e não utiliza estratégias colaborativas no processo de
aprendizagem. Na realidade este modelo caracteriza-se por ser
auto-explicativo, acompanhado de textos escritos de forma dialógica,
testes online, com interface bem elaborada e com elementos gráficos.
Apresenta como característica própria não explorar a utilização de espaços
colaborativos para troca de informações e experiência. Os conteúdos são
transmitidos para um aluno passivo, que não tem a possibilidade de
questionar ou interferir na informação recebida. Em outras palavras,
podemos dizer que neste prevalece a educação bancária, centrada no conteúdo,
sem uma proposta de interatividade ou colaboração.
- O modelo interativo - apresenta como
característica principal uma forte participação do professor ou tutor, e a
presença de atividades planejadas de forma a acompanhar o desempenho dos
alunos. A intervenção do professor surge como forma de auxiliar o
aprendizado e, nesse contexto, existe muita discussão e participação dos
alunos. O conteúdo pode trabalhar os principais conceitos, abordando-os de
forma simples e objetiva, de modo a explorar questões que incentivem a
interação de todos. Além disso, existe a possibilidade de explorar
materiais complementares, instigando a iniciativa dos alunos de buscar
novas informações, e, até mesmo, trazendo questões para colocar aos
colegas do grupo. Nesse sentido, os conteúdos apresentados têm o objetivo
de “envolver e são desenvolvidos no decorrer do curso, a partir de
opiniões e reflexões dos participantes e com as idéias formuladas nas
áreas de discussão” (Okada, 2003, p. 275). Para a dinâmica deste modelo
torna-se fundamental formar turmas (grupos) de modo que esses grupos
possam interagir. Além disso, é necessário prever uma estrutura para
atendimento e acompanhamento dos alunos no processo de
ensino-aprendizagem, com estratégia que promova a discussão e a participação.
Vale ressaltar que, no que diz respeito à preparação dos conteúdos a serem trabalhados, a tarefa enfrentada pela equipe de educadores na modalidade a distância não é tão distinta daquela enfrentada pelos educadores que trabalham na modalidade presencial. Segundo Mercer e Estepa (2001, p.23), em ambas as equipes de docentes, existe a necessidade de preparar um curso que desenvolva temas relevantes para uma determinada disciplina, implementar propostas pedagógicas adequadas a cada contexto e necessidades dos estudantes e conceber propostas de avaliação e desempenho destes.
- O modelo colaborativo prevê atividades
colaborativas como estratégias de aprendizagem. O professor é um
auxiliador do processo de interação entre as comunidades que se formam no
processo educativo. Nesse sentido, destacamos o papel do professor como
“orientador e desafiador”, numa perspectiva em que, este deixa de ser
apenas um provedor de informações e passa a ser um gerenciador de
entendimento. Segundo Ramos (2005) ao citar Andrade e Beiller (1999), o
papel do professor é motivar o grupo e monitorar a participação dos
alunos, considerando os objetivos e interesses coletivos.
Quanto ao conteúdo a ser trabalhado nesse modelo, o destaque está associado a propostas de desafios, que venham incentivar a discussão e a produção do conhecimento no grupo de estudo. Vale ressaltar que para promover a colaboração torna-se necessário prever a formação de turmas de modo que os alunos possam interagir, visando trocas de informações, experiências e expectativas, propondo soluções e aprimorando o conhecimento.
Nas experiências que visam à construção colaborativa, cada sujeito passa a participar efetivamente da produção de conhecimento, saindo da condição de receptor passivo, e passando a valorizar seus conhecimentos e experiência de vida. Nessa perspectiva emerge uma educação para a cidadania, com sujeitos que constroem, modificam, buscam a sua cidadania, são co-autores em seu processo de aprendizagem.
Este último modelo é mais condizente
com a perspectiva da EAD no contexto da cibercultura, onde emergem
possibilidades de comunicação multilateral todos-todos; de uma educação
hipertextual e não-linear, em que cada sujeito tem a possibilidade de fazer
suas escolhas e construir os caminhos mais adequados à sua formação; de uma
educação que promova a multivocalidade, em que cada voz pode ser a sua própria
ou a do outro e não mais apenas daquele que detêm o poder; com possibilidade de
autoria, de abertura de conteúdos, de acesso como liberdade.
A educação online e Novas Educações
Ao falar
em educação online entendemos
que com o advento das tecnologias, esta apresenta-se no contexto da EAD como
uma oportunidade de atingir um público maior e diferenciado. Nesse sentido,
faz-se necessário pensar em educação a distância, de forma a associar a uma
concepção metodológica pautada na interação e na construção do conhecimento de
forma colaborativa,enfatizando que o aprendente é o centro do processo.
Com o uso
intensivo das tecnologias da informação e comunicação ampliou-se a ação da EAD,
de modo a intensificar o processo de ensino-aprendizagem, assim como ficou mais
evidente a necessidade de maior autonomia e autoria por parte dos sujeitos
envolvidos, por meio da interlocução entre os sujeitos, o ambiente e as
tecnologias. Assim, trazemos para esse contexto a questão da interatividade com
os ambientes virtuais de aprendizagem potencializando atividades com práticas colaborativas,
com espaços de escritas hipertextuais e que tem marcado de forma significativa
a educação online.
Segundo
Lévy (1994), a interatividade pode ser compreendida como a possibilidade dos
sujeitos participarem ativamente, interferindo no processo com ações, reações,
intervindo, tornando-se receptor e emissor de mensagens que ganham
plasticidade, permitindo a transformação imediata. Em outras palavras podemos
dizer que a interatividade cria novos caminhos, novas trilhas,
novaspossibilidades, fazendo valer as escolhas dos sujeitos.
Além
disso, podemos destacar também os conceitos relacionados à educação online, no
sentido de superar a lógica do uso das TIC apenas como instrumento e/ou
ferramentas, e sim, que possam ser entendidas como fundamento, integrando o
contexto de ensino-aprendizagem. Numa perspectiva de que não basta introduzir
nesse contexto a presença das TIC ou mesmo todos os recursos midiáticos para se
alcançar uma “nova educação”. Segundo Pretto (1996, p.112) “é necessário
repensá-la em outros termos. (...) uma vez que essa presença, por si só, não
garante essa nova educação”.
Podemos
pensar, portanto, em "novas educações", onde torna-se necessário
"retomar a discussão sobre o que se entende como sendo usos dessas
tecnologias e quais as possibilidades para a educação, seja ela presencial ou a
distância" (Bonilla e Assis, 2005). Além disso, essas mesmas autoras
complementam afirmando que ao pensar em "novas educações", significa
pensar em ampliar a participação na produção e circulação de conhecimento.
Sendo assim, torna-se fundamental buscar as possibilidades e potencialidades do
uso dessas tecnologias, como “elementos carregados de conteúdos, como
representantes de uma nova forma de pensar e sentir”(Pretto, 1996, p.115).
Essa
educação está fundamentada numa perspectiva de aprendizagem na dimensão de Redes, que acontece de forma paralela, integrante
e integrada com o conjunto das atividades. Possibilitando a multiplicidade de
troca, o acesso aconteúdos em diversos formatos, com o prolongamento do tempo
de discussões, e, sobretudo, estreitando a fronteira entre o
virtual/presencial. De modo que as TIC possam estruturar ambientes
colaborativos de aprendizagem e não apenas ser tomadas como meras fontes de
consumo de informação.
Em suma,
podemos dizer que esse processo desencadeia alguns "nós"previamente
delineados, com novas e constantes possibilidades. Que nesse caminho, o
fundamental é poder estabelecer conexões e construir coletivamente. Vale
destacar, que essa concepção não se resume em mais um novo modelo pedagógico,
pois, se pensarmos dessa forma, estaríamos limitando tais possibilidades e
sujeitando os aprendentes ao lugar de receptores.
(Este
texto foi extraído do Site: Universidade Federal da Bahia
. Curso: Curso Moodle para professores -
2007)
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