sábado, 20 de julho de 2013

UnB é a 1ª federal a criar curso aberto online

Depois de a USP criar o primeiro Mooc (sigla em inglês para curso aberto, online e em massa) da América Latina, no mês passado, a primeira universidade federal a oferecer um programa do gênero no Brasil é a Universidade de Brasília (UnB). Elaborado em parceria com o portal Veduca (www.veduca.com.br), o Mooc de Bioenergética é o primeiro do País na área de Ciências da Saúde e está disponível online gratuitamente a partir de hoje. Há ainda propostas de aumentar essa modalidade de ensino em outras universidades brasileiras.
Além da UnB, outras quatro instituições devem lançar cursos com o Veduca no segundo semestre: o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a PUC-SP e a PUC-RJ.
"Os cursos devem ser na área de especialidades dessas universidades. O ITA tem uma expertise muito grande no setor de Aeronáutica, por exemplo, e a FGV tem uma fortaleza muito grande nas áreas de Administração, Economia e Direito", afirma Carlos Souza, fundador do Veduca.
Já o Mooc da UnB foi criado para suprir uma falta de cursos online na área de Biológicas. "Um curso como esse é básico, por exemplo, para qualquer médico. Hoje o perfil de quem faz Mooc é o aluno de Exatas e poucos são de Ciências da Saúde, exatamente porque ainda há falta de cursos online nessa área", explica Souza.
Qualquer interessado pode se inscrever no site do Veduca para cursar o Mooc de Bioenergética. As aulas são grátis e não há limite de prazo para se inscrever e até para concluir o curso - é o aluno quem organiza o tempo de estudo.
Os vídeos disponíveis foram gravados no segundo semestre do ano passado, em aulas dadas pelo professor Fernando Fortes de Valencia, da UnB, aos alunos de Ciências Biológicas de licenciatura e bacharelado da instituição. Dividido em 14 aulas (com 1h20 e separadas em quatro partes, em média) o Mooc oferece fóruns de discussão, testes online e debates com o professor.

No fim do curso, que em média leva três meses para ser concluído, haverá uma prova presencial e distribuição de certificado para quem for aprovado.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Ensinar jogando

Jogos multidisciplinares para o ensino básico

Ensinar de forma multidisciplinar e com conteúdos que realmente interessem aos alunos é um desafio de muitos professores. Igualmente desafiador para gestores e secretarias é medir, em uma escala maior, estatísticas sobre a evolução da rede de ensino. Pensando na criação de um espaço como esse, dois sócios, um catarinense e outro carioca, decidiram dar vida ao Xmile, startup que está desenvolvendo um ambiente virtual onde alunos de escolas do ensino básico aprenderão os conteúdos do currículo obrigatório a partir de games que reúnem várias disciplinas. A interação com os jogos vai gerar dados que permitirão aos pais, professores e gestores acompanharem, em tempo real, o nível de aprendizado dos alunos.
“Ao contrário de outros ambientes virtuais, que apostam em pacotes de games, e que muitas vezes não conversam entre si, decidimos usar um game com uma história lógica. Usamos uma cidade e personagens fictícios [na voz de dubladores dos personagens de X-Men e He-Man] na qual os estudantes aprendem resolvendo desafios práticos”, afirma Nicolas Peluffo, diretor executivo na Xmile.
crédito Reprodução

Com previsão de lançamento apenas para janeiro do ano que vem, as primeiras experiências, ainda piloto, estão sendo realizadas em escolas privadas de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. O primeiro protótipo já está sendo criado e será destinado, inicialmente, aos estudantes do 1o ao 3oano ensino fundamental. Apenas para essa etapa serão desenvolvidas, até o final do ano, 120 histórias, com cinco desafios cada, que trabalharão, de modo multidisciplinar, conteúdos referentes ao ciclo de alfabetização. “O aprendizado não acontece pela repetição, mas pela contextualização e ludicidade. Na vida real, matemática e português caminham juntas em situações cotidianas”, argumenta Peluffo, que pretende, inclusive, ampliar o nicho de atuação, chegando a todas as séries do fundamental a partir de 2015 e do ensino médio, em 2016.
No ambiente virtual, os alunos, entre seis e oito anos, são os Guardiães do Sonho no Mundo das Coisas Perdidas. Nele, precisam ajudar o personagem central, o Barão Bom Trapo, a recuperar a grande bola de lã roubada pelo antagonista, o Senhor Sombrio. Já na primeira fase da história, o jogador precisa pegar um trem que o direcionará ao próximo desafio, porém, ele precisa organizar, por cores ou tamanhos, os novelos de lã em três caixas distintas que darão carga à locomotiva. Os desafios ajudam os estudantes a aprender noções básicas de matemática, além de estimular a colaboração e a resolução de problemas.
“Não estamos ensinando, mas consolidando conceitos que já foram ensinados ou que já foram trabalhados em sala de aula. Somos ferramenta complementar”
“Nos preocupamos muito com a autoestima das crianças. Quando não acertam, por exemplo, elas recebem feedbacks como ‘Que estranho, não era bem  isso’, para que em nenhum momento o aluno fique desestimulado a prosseguir na história”, afirma.
Assim que conclui um desafio, o desempenho do estudante é representado por uma cor: verde representa nenhum erro em cada fase; amarelo, que cometeu alguns deslizes; enquanto a cor vermelha sinaliza alerta, ou seja, que o aluno está com dificuldades. Esses sinais são enviados, em tempo real, diretamente ao professor por meio de um sistema de monitoramento de aprendizagem, conhecido como LMS — e chamado pela Xmile de XMS. Nele, o professor verifica a evolução de cada estudante, em cada uma dos desafios, identificando onde reforçar o ensino. “Cada funcionalidade serve um propósito diferente, o que faz com que o professor identifique as habilidades ou necessidades individuais, já que tem acesso a uma agenda com nome de todos os alunos e contatos dos pais”, afirma.
O mesmo acontece no caso dos gestores de escola, que contam com canais para contato direto com os professores, ou para as próprias secretarias, que têm à disposição planilhas simples e objetivos identificando a partir dessas estatísticas as escolas que mais precisam de atenção. “Não estamos ensinando, mas consolidando conceitos que já foram ensinados ou que já foram trabalhados em sala de aula. A plataforma é de ensino adaptativo, porém a decisão do que fazer com ela fica a cargo dos professores ou gestores. Somos ferramenta complementar”, salienta.
crédito Reprodução

Comum a todos os usuários, a plataforma também traz ferramentas que permitem o compartilhamento de arquivos entre os usuários, assim como a criação de músicas ou desenhos. Nela, as crianças, em especial, podem acessar conteúdos seguros a partir da curadoria do que está dentro da plataforma. 
De olho no professor
A partir do momento que o ambiente virtual é adotado por uma escola, uma equipe formada por mestres e doutores em pedagogia chamada de GIC (Grupo de Implementação e Consolidação) acompanha o uso da plataforma nas escolas e também oferecendo formação e orientações aos educadores.
Segundo Nicolas, também serão apoiados os municípios que não podem adotar o modelo de ensino. Para isso, a cada licença adquirida pela rede privada, outra licença será destinada à rede pública. Além disso, 10% da receita também pretende ser convertida à compra de equipamentos de infraestrutura para as escolas públicas que não os tenham. A ideia é também conectar instituições privadas e públicas. “Pretendemos estimular o contato dessas instituições, que chamaremos de ‘escolas-irmãs’, estreitando os laços entre elas para que possam trocar experiências e práticas”, afirma.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Consultoria desenha escolas para estimular cérebro

Qual a diferença entre um corredor reto e comprido e um cheio de curvas e desvios? Além da estética, se for em uma escola, o caminho sinuoso vai proporcionar que os alunos aprendam mesmo quando estão se deslocando de uma aula para a outra e, por isso, é o preferido da professora e arquiteta Amy Yurko, fundadora da BrainSpaces, consultoria norte-americana especializada em projetos para escolas que estimulam a criatividade e o aprendizado de seus estudantes.
A empresa com sede em Chicago já desenvolveu centenas de projetos inovadores desde 2004 para instituições e redes de ensino nos Estados Unidos. Esses ambientes educacionais para o ensino fundamental, médio e superior não são apenas modernos na aparência, mas se baseiam em pesquisas sobre como o cérebro funciona e como as pessoas aprendem.
crédito venimo / Fotolia.com

“Pesquisadores sabem que aprendemos melhor quando as sinapses neurais são estimuladas e esses cientistas estão constantemente descobrindo quais atividades estimulam a atividade cerebral mais efetivamente. Nós traduzimos isso para a arquitetura das escolas. No caso do corredor, por exemplo, sabe-se que as atividades cerebrais são aceleradas quando as pessoas andam em ziguezague, muito mais do que quando andam em linha reta”, sintetiza Amy, que trabalha há 20 anos criando espaços educacionais.
O trabalho de Amy e sua equipe trouxe resultados a uma rede inteira de escolas. Nela, diz a consultora, apenas 50% dos alunos terminavam o ensino médio e, naquele ano, professores realizaram a maior greve da história do estado. Amy colaborou com todo o planejamento da transformação da rede escolar, que passou por mudanças no currículo, nas práticas de ensino e nos contratos de professores até as novas facilidades dos colégios.
Levando em conta pesquisas baseadas no funcionamento do cérebro, a principal pergunta feita pelo time da BrainSpaces aos gestores na época era: “Como seria se a escola realmente importasse?” O novo design que surgiu desse trabalho incluía ambientes sem paredes e espaços colaborativos, onde os professores puderam incentivar habilidades como autonomia e iniciativa, por exemplo. A nova estratégia aumentou a taxa de alunos formados para 87%.
Veja o vídeo, em inglês, de um dos projetos

Atuação
Os projetos da BrainSpaces nunca são iguais, tanto nas soluções como no processo. Embora o ponto de partida seja o conhecimento acumulado pela equipe sobre atividades cerebrais, o trabalho é desenvolvido de acordo com as necessidades, expectativas e orçamento de cada rede de ensino ou escola atendida pela consultoria. Antes do desenho e execução das obras, a equipe, que normalmente tem de dois a três profissionais, conversa com professores, alunos, gestores, pais e membros da comunidade. Essa primeira fase é chamada de iniciação, que é seguida pela descoberta, quando também são levantados dados sobre matrículas, taxas de evasão e graduação, grau de satisfação dos pais, engajamento dos alunos, currículo e atividades extraclasse. Só depois da análise dessas informações é que a fase do design em si começa.
Na maioria dos casos, a BrainSpaces não é responsável pela execução da reforma ou da construção da escola, mas presta subsídios e consultoria a arquitetos para que eles agreguem elementos inovadores em seus projetos. Mesmo nesses casos, a empresa faz questão de acompanhar as próximas duas etapas que completam o ciclo, de implantação e avaliação.
“O ensino é um empreendimento multifacetado, influenciado por vários componentes, que às vezes são conflitantes. Nós acreditamos que a arquitetura de ambientes educacionais pode proporcionar aos professores um ambiente propício para eles se conectarem de verdade às crianças, mas o espaço não faz isso sozinho”
“Para cada projeto, essas etapas podem ter ênfase e duração diferentes. O modelo de trabalho permanece o mesmo, mas há uma flexibilidade no processo para acomodar condições e características específicas de cada cliente. Além disso, sempre aplicamos lições aprendidas no passado em cada novo trabalho”, diz Amy.
Quando o prédio está pronto, a BrainSpaces ajuda as pessoas que vão ocupá-lo a usarem da melhor maneira possível. Algumas vezes, os professores recebem um treinamento. No período de avaliação, todos os dados que influenciaram o projeto – como a taxa de abandono escolar, por exemplo – são revisitados, para verificar se as mudanças esperadas ocorreram. Isso pode durar alguns anos, até que se tenha certeza sobre quais estratégias trouxeram melhores resultados e se consiga identificar o impacto do design no processo.
“O ensino é um empreendimento multifacetado, influenciado por vários componentes, que às vezes são conflitantes. Nós acreditamos que a arquitetura de ambientes educacionais pode proporcionar aos professores um ambiente propício para eles se conectarem de verdade às crianças, mas o espaço não faz isso sozinho”, diz Amy, que usa como exemplo de sucesso da integração de várias práticas em prol de um melhor aprendizado um projeto realizado em Seattle.
Pequenas mudanças
Apesar da complexibilidade do processo de desenvolvimento de projetos da BrainSpaces, alguns ensinamentos básicos sobre o impacto da arquitetura em como as pessoas aprendem podem ser replicados facilmente. Por exemplo, ambientes coloridos são mais estimulantes do que os de cores neutras, segundo Amy. A iluminação natural é outra recomendação para facilitar o aprendizado, mas mesmo quando não existem janelas, uma luz indireta, em vez de fluorescente, também deixa o ambiente mais agradável para estudar. A arquiteta e professora diz que já viu várias dessas pequenas mudanças serem implantadas pelos próprios professores, que reinventam o ambiente escolar com o que tinham, seja reformando móveis e mudando a sua disposição seja decorando paredes.

“Para a sorte de muitas escolas, alguns professores são bastante criativos em achar maneiras de usar espaços inadequados e mesmo assim criar boas oportunidades educacionais para seus estudantes. Mas imagina se eles não precisassem usar suas energias para compensar más condições de trabalho? Nós acreditamos que os professores devem receber suporte para fazer o que fazem melhor: ensinar”, defende Amy.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

‘Hackear’ a educação - aprender a aprender

Sabático de 1 ano ajuda a ‘hackear’ a educação

Alunos prestes a terminar o ensino médio, não raramente, passam por maus bocados para decidir o que estudar na universidade. Fazer a escolha também não significa que o incômodo passou, já que o estudante pode entrar na faculdade e descobrir que não era bem aquilo que esperava ou mesmo se desencantar com a universidade propriamente dita. Essa situação é tão comum, mas tão comum, que Dale Stephens, 21, ganhou notoriedade ao falar de seu descontentamento com o sistema educacional tradicional e lançou o movimento UnCollege. As discussões que o jovem promoveu tiveram tantos interessados e agregaram tanta gente que ele e sua equipe começam a oferecer, em agosto próximo, um programa de um ano, chamado Gap Year, voltado justamente para esse público.
“Começamos fazendo um programa de desescolarização de um fim de semana. Ficamos surpresos das redes que os participantes eram capazes de criar em tão pouco tempo”, disse Dale, que ouviu de um mentor a proposta de criar um programa de cinco anos baseado em sua ideia de estimular a meta aprendizagem – a habilidade de aprender a aprender. “Mas cinco anos é um quarto da minha vida! Achei muito. Mas aí desenvolvemos um programa de um ano, o Gap Year”, afirma o jovem, que esteve no Brasil nesta semana.
crédito annalenakroeger / Fotolia.comGap Year

A primeira turma, que começa em agosto, terá 10 pessoas de oito nacionalidades diferentes, metade de egressos de ensino médio e metade de pessoas que abandonaram a faculdade e estão procurando novos rumos. Elas viverão juntas em uma casa em San Francisco durante o primeiro módulo do curso, que dura três meses e se destina a fazer com que os alunos se tornem aprendizes mais eficazes. O currículo dessa etapa se apoia em três pilares: 1) autodesenvolvimento, voltado a trabalhar habilidades que os alunos precisam aprender na vida, como a habilidade de se comunicar e promover seu próprio bem estar; 2) conhecimentos gerais, que traz uma seleção de assuntos que, nas palavras de Dale, “as pessoas esperam que você saiba”, como filosofia, história, cálculo e literatura; e 3) “hackademia”, uma brincadeira com as palavras “hacker” e “academia”, que são desafios práticos a serem completados a cada semana.
Assim, em uma das semanas, por exemplo, no autodesenvolvimento, os alunos deverão trabalhar sua habilidade de comunicação; nos conhecimentos gerais, estudarão música; na hackademia, o desafio prático é dar uma palestra. Em outra, os pilares se repetem, mas dessa vez os jovens deverão aprender a militar em causa própria no autodesenvolvimento, aprenderão sobre internet e memes nos conhecimentos gerais e precisarão criar um site pessoal, na hackademia. Também estão programadas reuniões semanais de feedback, uma vez que o programa não prevê provas tradicionais.
Ao terminar o primeiro módulo, os alunos iniciam a segunda etapa, também de três meses de duração, que consiste em uma viagem para um lugar onde nunca tenham estado e que, preferencialmente, não dominem a língua. Entre as sugestões de atividades que a organização do curso dá para esse módulo estão trabalhar em uma fazenda de alimentos orgânicos na Espanha, ensinar inglês a crianças nepalesas ou aprender karatê no Japão.
“Pela primeira vez na vida, as coisas estão se encaixando. Essa é uma alternativa que eu não tinha”
No terceiro módulo, o Gap Year vai colocar à disposição dos alunos sua rede de contatos para que cada um encontre um estágio em uma empresa inovadora. Entre as instituições parceiras estão o Google e a Ideo. Por fim, no quarto e último módulo, os estudantes deverão desenvolver um projeto que possa ser vendido. “Queremos que eles desenvolvam algo que tenha realmente valor. Pode ser uma apresentação de dança, um evento, um aplicativo a ser apresentado no fim do curso”, afirma Dale.
Filipe Russo, 21, foi o primeiro brasileiro a garantir vaga no curso, na turma que começa em janeiro. Depois de deixar o ensino médio por acreditar que estava perdendo tempo na escola, ser diagnosticado com superdotação intelectual e, na sequência, também se desiludir com o curso superior de design de games, agora ele parece ter se encontrado. “Pela primeira vez na vida, as coisas estão se encaixando. Essa é uma alternativa que eu não tinha”, diz ele, que até já sabe o que vai fazer de projeto final: um aplicativo móvel.
As inscrições para os Gap Years de 2014 já estão abertas. O custo para participar do programa é de US$ 13 mil, valor que inclui acomodação e algumas refeições do primeiro módulo (em que a turma divide uma casa em San Francisco), além de um acompanhamento pessoal e acesso às redes de contato do movimento UnCollege. Dale conta que a procura para o primeiro programa foi tanta que vai abrir novas turmas a cada três meses.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Conselho vai estabelecer as diretrizes para reconhecimento

Formação do professor Terça-feira, 11 de junho de 2013 - 19:09
O Ministério da Educação instituiu o Conselho Permanente de Reconhecimento de Saberes e Competências, que estabelecerá as diretrizes e procedimentos para a concessão do reconhecimento de saberes e competências (RSC) aos docentes da carreira do magistério do ensino básico, técnico e tecnológico. O conselho foi instituído por meio da portaria nº 491, de 10 de junho.

O reconhecimento de saberes e competências é a certificação dos professores de cursos técnicos de nível médio, da educação básica e de creches, que não necessariamente demandam cursos de mestrado e doutorado para a sua atuação profissional e terá três níveis: I, II ou III, que correspondem, na carreira, a titulação de especialização, mestrado ou doutorado, respectivamente.

De acordo com o secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Marco Antonio de Oliveira, o conselho é resultado da negociação, ocorrida em 2012, para a reestruturação da carreira do magistério do ensino básico, técnico e tecnológico. "O RSC reconhece a experiência profissional que os professores obtiveram na atuação dentro das instituições da educação básica, técnica e tecnológica, permitindo progressão na carreira", disse.

Os critérios para a concessão do reconhecimento definirão as competências do profissional da carreira, de acordo com a sua formação acadêmica e área de atuação na instituição. As atribuições dos professores devem contemplar atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão.

Uma vez definidos os critérios, cada professor interessado se submeterá a processo de avaliação de sua vida profissional, podendo obter o reconhecimento pleiteado, desde que cumpra com os requisitos estabelecidos em regulamento. O professor só poderá pleitear o RSC para o nível de titulação imediatamente superior ao que possui.

Podem solicitar o reconhecimento os professores dos institutos federais, Cefet's, Colégio Pedro II, colégios militares, colégios de aplicação e escolas técnicas vinculadas às universidades federais contratados na carreira do ensino básico, técnico e tecnológico.

Diego Rocha

Palavras-chave: educação básica, educação profissional, educação tecnológica, formação do professor, qualificação

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Mestrados semipresenciais

Beneficiam docentes principalmente da rede pública

Letras e matemática são pioneiros no gênero e ambos são gratuitos


Após obter o título de mestre pelo Profmat, a professora Raquel Bodart ampliou
sua área de atuação. Além das aulas de matemática no IFTM (foto), ela participa
de atividades para melhoria do ensino na rede pública (Crédito: Arquivo Pessoal)

Os professores da rede pública de ensino contam com dois mestrados profissionalizantes stricto sensu, com aulas no formato semipresencial e abrangência nacional. Os mestrados em letras e matemática são pioneiros no gênero e ambos são gratuitos.
 
Com dois anos de duração, o Profmat é dirigido aos docentes de matemática, que podem continuar lecionando enquanto cursam o mestrado. As primeiras turmas concluíram o programa em abril/maio, sendo 405 formados que obtiveram a titulação de mestres. Em julho/agosto próximos, serão mais 500. 
 
Além de um acréscimo salarial após ter concluído o Profmat neste ano, a professora Raquel Oliveira Bodart, 38, também encontrou motivação extra para se engajar em novos projetos de matemática.
 
O Profmat prioriza 80% das vagas para os professores que já lecionam na rede pública e o restante para quem tem uma graduação, explica Marcelo Viana, da SBM (Sociedade Brasileira de Matemática), responsável pelo programa.
 
Há várias instituições de ensino envolvidas, mas, em geral, as aulas presenciais ocorrem em um dia da semana, que pode ser na sexta, no sábado ou no domingo, dependendo da disponibilidade dos discentes. Durante um mês, também é realizado um intensivo presencial, no período de verão, para que as aulas do mestrado não interfiram na atividade regular do professor.
 
Os discentes podem ainda pedir auxílio financeiro a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), cuja bolsa de estudo é de R$ 1.500.
 
"A bolsa permite que os professores abram mão de alguns empregos para dar continuidade ao mestrado", explica Viana, "mas eles não podem se desligar do trabalhão realizado na rede pública".
 
O professor Júlio Cezar Marinho da Fonseca, 28, calcula que gastava, em média, R$ 450 com cada viagem semanal entre a sua cidade Parintins e a do polo de ensino em Manaus. "A bolsa de estudo, que na época era de R$ 1.350, não dava para todas as passagens, mas se não tivesse o benefício, não conseguiria terminar o mestrado."
 
As atividades a distância são realizadas pelo sistema Moodle e podem ser acessadas de qualquer lugar, inclusive nos polos presenciais do programa. A medida é necessária para cobrir o déficit em regiões do Brasil onde o acesso à internet é extremamente precário.
 
Na próxima seleção, em agosto, são estimadas 1.500 vagas em 69 polos de ensino.
 
Letras
Com duração de dois anos, o Profletras é voltado a professores de língua portuguesa da rede pública e também utiliza o sistema Moodle para atividades a distância.
 
O programa tem como diferencial estabelecer a área de concentração de estudo dos mestrandos em Linguagens e Letramentos, que cobre duas linhas de pesquisa – uma delas é teoria da Linguagem e Ensino e a outra, Leitura e Produção Textual: diversidade social e práticas docentes.
 
As provas de admissão para a formação das primeiras turmas estão em andamento, sendo exigido dos candidatos que eles tenham curso superior de licenciatura em letras, habilitação em português, além de ser professor e estar lecionando em escolas públicas, nível fundamental (1º ao 9º anos), de forma permanente.
 
Há 12.478 professores de português concorrendo a 854 vagas oferecidas em todo o Brasil. Serão 34 instituições de ensino federais e estaduais, totalizando 39 polos no país.
 
"O curso tem que capitanear os polos de ensino no interior do Brasil para capacitar os professores de língua portuguesa em nível nacional", diz a coordenadora do Profletras, Maria das Graças Soares Rodrigues.
 
A Capes ainda não anunciou se destinará bolsas de estudo para o Profletras nos mesmos moldes do Profmat. "A promessa é que teremos esse auxílio financeiro para oferecer aos discentes", diz a pró-reitora de pós-graduação da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Edna Maria da Silva, responsável pelo programa. 


domingo, 14 de julho de 2013

Com nova ação de internacionalização, USP busca atrair alunos estrangeiros

A USP (Universidade de São Paulo), que já criou escritórios internacionais em Boston, Londres e Cingapura, quer agora atrair mais estudantes estrangeiros à instituição. Com o Programa de Bolsas USP Internacional, a universidade pretende selecionar ainda este ano 60 alunos de fora que têm interesse em estudar no País.
Nesta primeira edição, serão priorizados estudantes de graduação provenientes da Europa, da América do Norte e da Ásia. Para tornar o programa atrativo, a USP vai  oferecer bolsas de R$ 1,2 mil por mês, além de auxílios para pagamento de despesas de deslocamento, de instalação no País e seguro-viagem.